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Cãotinho do Labrador Retriever

Um espaço de todos e para todos

Primeiros socorros

Se o seu cão está ferido ou adoeceu subitamente, há pequenas coisas que pode fazer antes de o levar ao veterinário e que, por vezes, significam a diferença entre a vida e a morte.

Envenenamento
Um animal pode envenenar-se ingerindo substâncias tóxicas ou então se for submetido a tratamentos anti parasitários não adequados contra pulgas e lombrigas. No envenenamento por insecticidas (incluindo os produtos contra as pulgas e as lombrigas) os sintomas mais frequentes são: vómitos, diarreia, convulsões e salivação abundante. Se a causa tiver sido a aplicação externa de um spray ou de uma solução anti pulgas, será necessário lavar abundantemente o pêlo do cachorro com sabão e passá-lo por água várias vezes, enquanto se espera a intervenção do veterinário. Os herbicidas representam um grande perigo para o cão e, no caso de ingestão, embora seja numa quantidade mínima, pode provocar-lhe graves dificuldades respiratórias, vómitos, diarreias e, em alguns casos, provocar a morte do animal. Os venenos para lesmas são particularmente apetecíveis e provocam uma sintomatologia semelhante à anterior. O maior perigo, de todos os modos, fundamentalmente nas zonas rurais, é representado pelos raticidas, os quais constituem compostos diversos, em particular substâncias anticoagulantes, que dão origem a hemorragias e anemias. Outras substâncias tóxicas são os vernizes, tintas, detergentes e o anticongelante para os carros. Plantas como a adelfa, o lírio-de-maio, a flor-da-páscoa e muitas outras podem ser perigosas.
Em todos os casos, se um cão ingere um veneno, é sempre útil conhecer as substâncias que o compõem e dirigir-se, o mais rapidamente possível, ao veterinário. Se a ingestão acabou de suceder, pode provocar-se o vómito, utilizando uma solução concentrada de sal de cozinha ou de água oxigenada de 10 volumes (5 ml-l0 ml), mas é sempre uma intervenção muito perigosa e contra-indicada no caso de não haver reflexo de deglutição ou então ser substituído por um estado comatoso.

Golpe de calor ou insolação
Pode apresentar-se pela exposição directa aos 1 raios solares ou depois de o cachorro ter estado num ambiente fechado e pouco ventilado, onde se acumula calor (carros). Nesse caso, o cão não se segura em pé ou cambaleia, respira com dificuldade e todo o seu corpo está muito quente. A primeira coisa a fazer é refrescar o animal, submergindo-o por completo em água ou então cobrindo-lhe o corpo com panos molhados que devem ser continuamente substituídos.

Contusões
Provocadas por um impacte violento entre o corpo do animal e um objecto ou uma superfície dura, sem rasgões na pele. Pode não ter consequências graves, mas é sempre necessário controlar (através da observação visual e de uma atenta apalpação) todo o corpo do animal para excluir com segurança a possibilidade de fracturas, dentes partidos e luxações evidentes. Se o animal não recuperar os sentidos em poucos minutos ou se a sua respiração não for normal, será bom dirigir-se rapidamente a um veterinário. Se necessitar de o transportar, pode deslizar o corpo do animal sobre uma madeira rígida e depois transportá-lo. Não se deve levantar a cabeça para evitar que o conteúdo do estômago ou o sangue obstruam as vias respiratórias.

Convulsões
Podem ser provocadas por um envenenamento ou então indicar uma epilepsia. Neste caso, o animal geralmente, mas nem sempre, começa a mastigar no vazio, tem espuma na boca, dá esticões imprevistos com as patas, apresenta incontinência de fezes e de urina e perda do conhecimento. Durante a crise, convém certificar-se de que o animal não se magoa, deixando-o no lugar onde se encontra, sem o incomodar inutilmente com vozes ou luzes; quando recuperar, deverá estar perto para o tranquilizar. As crises de epilepsia duram apenas alguns minutos e não representam um perigo para a vida do cão; em qualquer caso, será útil aconselhar-se junto do veterinário para fornecer os fármacos anti epilépticos.

Entorses, distensões, contracções
São patologias de origem traumática referentes, respectivamente, às articulações, aos tendões e aos músculos. Uma entorse consiste num deslocamento momentâneo dos ossos de uma articulação e do sucessivo realojamento; uma distensão está relacionada com o alongamento de um tendão, enquanto a contracção está relacionada com os músculos. Geralmente, estas patologias resolvem-se favoravelmente, mas é sempre necessário pôr a pane afectada em repouso. Por vezes é necessário imobilizar a zona com uma ligadura rígida.

Feridas
Encontram-se, com muita frequência, feridas de cortes nas extremidades dos membros que não despertam qualquer preocupação se a hemorragia estiver contida. Para isso, será suficiente aplicar uma gaze impregnada com uma preparação anti-séptica, segurando a compressa sobre a zona durante alguns minutos, e depois ligá-la. As feridas de certa profundidade requerem, por vezes, a aplicação de pontos de sutura, sobretudo se forem muito profundas e com muita hemorragia. Se uma artéria for cortada, o sangue sairá em jacto abundante e, enquanto se espera uma intervenção do veterinário, aplicam-se gazes sobre a zona afectada, pondo mais camadas se for necessário. E muito importante, quando se liga uma extremidade, não esquecer a zona distal, incluídos os dedos.
As feridas podem também ser profundas e penetrantes e comprometer órgãos internos como os pulmões ou as vísceras abdominais: é sempre recomendável a intervenção do veterinário.

Fracturas e luxações
As fracturas a nível das articulações são quase sempre visíveis porque originam deformações e dores acentuadas. Por luxação entende-se a perda permanente das relações normais entre as cabeças ósseas de uma articulação. Muitas vezes, os animais com estas lesões não se deixam tocar e se alguém se aproxima mordem. Enquanto se espera o veterinário, se o animal se tornar muito agressivo, é muito importante tranquilizá-lo ou, como alternativa, tentar imobilizá-lo com a ajuda de cordas, laços, etc.(Ver parte sobre Açaime). Não mova o cão até lhe arranjar uma tala para a pata.

Procure algum objecto rijo mais comprido que a pata do cão - uma tábua de madeira, uma régua, ou mesmo jornais enrolados.

Com uma ligadura, ate a tala à pata. Não tente esticar a pata, isso é trabalho para o veterinário!
Mordedura de víbora. O cão manifesta uma dor repentina e começa a queixar-se e a coçar violentamente a zona ferida que se encontra tumefacta e com a presença de dois pequenos orifícios. O uso do soro antiofídico pode ser perigoso porque, às vezes, desencadeia um shock ou outras complicações, por isso é aconselhável administrá-lo sob controlo estrito do veterinário. Como norma, é bom sangrar a ferida para facilitar a maior saída de veneno possível.
 
Congelação
Os exemplares de pêlo curto são muito sensíveis ao frio, sobretudo quando são obrigados a permanecer num sitio de dimensões reduzidas sem a protecção de uma casota adequada. O corpo do animal torna-se muito frio e rígido com tremores incontroláveis: é indispensável aquecê-lo quanto antes e é também de grande utilidade a administração de soluções quentes por injecção intravenosa.
Picadas de insecto. Provocam sintomas locais como tumefacções, dores e avermelhamento na zona afectada. No entanto, no caso de picada na língua ou na zona das cervicais, é possível que o inchaço seja tal que não permita a passagem do ar, provocando grandes dificuldades respiratórias e, algumas vezes, comprometendo a vida do animal. Nestes casos é urgente a intervenção do veterinário, que fornecerá os fármacos adequados.
Empolas. As causas podem ser múltiplas, como o contacto com um líquido a ferver ou com substâncias químicas irritantes; também a corrente eléctrica pode provocar queimaduras graves. Em qualquer caso é necessário aplicar imediatamente sobre a zona afectada gelo ou compressas de água fria. Se a causa for uma substância corrosiva, é necessário lavar abundantemente a zona queimada com água, de forma a eliminar o mais possível os resíduos, e aplicar vaselina enquanto não chega o veterinário.

Reanimação CardioPulmunar
Este tipo de reanimação combina a massagem cardíaca com a respiração artificial.

  • Verifique se há pulsação.
  • Verifique se há respiração. Se houver pulsação e respiração, NÃO faça reanimação cardiopulmonar!
  • Se houver pulsação sem respiração, limite-se à respiração artificial!
  • Se não houver respiração, desobstrua as entradas de ar.
  • Tire-lhe a língua para fora, para um dos lados, feche-lhe a boca e segure-lhe os beiços por cima dos dentes.
  • Inspire profundamente e expire para dentro do nariz do cão.
  • Veja se a caixa torácica se expande.
  • Repita a cada dez segundos com cães grandes e com maior frequência com cães pequenos.
  • Após cada dez insuflações, faça cinco compressões torácicas. Deite o cão de lado, coloque ambas as mãos por cima do coração do animal e pressione-lhe esta área cinco vezes. As compressões devem ser rápidas e delicadas, para não partir as costelas do animal!
  • -Faça dez insuflações, cinco compressões e repita.


Hemorragia
Uma hemorragia pode pôr o seu cão entre a vida e a morte.
Tente estancá-la antes de o conduzir a uma clínica.

  • Se a ferida sangra, pressione-a com, um penso de gaze até chegar ao consultório do veterinário.
  • Se a ferida sangra bastante e sem parar, use uma toalha ou vários pensos de gaze e leve o animal urgentemente ao veterinário.
  • Se o sangue jorra abundantemente da ferida é porque um vaso sanguíneo foi afectado e o seu cão poderá sangrar até à morte. Use uma tira de ligadura ou um atacador de sapatos como torniquete, entre o coração do animal e a ferida. Ate-o à volta do membro. Em seguida, enfie um lápis ou um pauzito entre o torniquete e o membro e torça o lápis, de forma a apertar o torniquete e diminuir a hemorragia. Leve o animal de imediato ao veterinário. Se demorar mais de dez minutos a chegar lá, solte o torniquete a cada dez minutos para que o sangue possa circular livremente. Um torniquete pode ser bastante prejudicial num membro ferido; use-o apenas se tiver a certeza que uma veia ou artéria estão danificadas e se se trata de uma hemorragia fatal.


Açaime.
Um cão ferido, embora normalmente até seja carinhoso, pode morder devido à dor ou medo, mesmo ao seu próprio dono. Se tiver que carregar um cão ferido, açaime-o para se proteger a si mesmo.
Arranje uma trela ou uns collants, uma ligadura, um cachecol, ou outro tecido do género e enrole-o rapidamente à volta do focinho do cão, pelo menos duas vezes.
Passe-lhe as pontas por baixo do queixo e ate-as firmemente por detrás das orelhas.
Verifique se o cão consegue respirar sem problemas!

Transportar um cão ferido
Se o seu cão está ferido, tenha cuidado para não piorar a situação - veja como o deve transportar:

  • Arranje uma prancha de madeira, de contraplacado ou cartão, mais longa e larga que o seu cão. Se não tiver nada rijo, use um cobertor ou um lençol.
  • Coloque a "maca" ao lado do cão e empurre-o devagar para cima dela. .Carregue o animal com outra pessoa, um de cada lado.
  • Faça a "maca" deslizar para dentro do seu carro, com o cão bem seguro.


Como administrar os medicamentos
Para administrar medicamentos aos animais, por vezes é suficiente misturá-los com a comida, mas nem sempre isso é possível. Por isso, é importante aprender um método que se possa utilizar segundo os casos.
Para administrar pastilhas ou comprimidos: com uma mão abre-se a boca do animal e com a outra apoia-se o comprimido na língua em profundidade. Aproveita-se assim a reacção natural da deglutição. Depois, mantém-se a boca fechada até que ele engula.
Para os medicamentos líquidos, necessitaremos de uma seringa sem agulha; enche-se com a quantidade necessária de medicamento e deita-se na boca levantando o lábio e metendo-a entre os dentes.
As injecções mais comuns para um cão são as intradérmícas: belisque uma extremidade da pele, introduza a agulha com decisão e faça descer o êmbolo devagar para que o líquido penetre.

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