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Cãotinho do Labrador Retriever

Um espaço de todos e para todos

O equilíbrio do sistema social da alcateia baseia-se no respeito da hierarquia, o que só é possível se as técnicas de comunicação dos indivíduos que a formam forem eficazes. O cão utiliza, principalmente, três canais para comunicar: a voz, o corpo e o olfacto.

Comunicar com a Voz
A voz é utilizada para comunicar com os outros indiviuos a longa distância(latidos e uivos) e a curta distância(uivo,gemido e grunhido).
O latido: É característico do cão. Utiliza-o para indicar perigo (por exemplo quando faz de guarda) ou para reclamar atenção (mostrar felicidade, decepção, agitação, etc.).

 

  • O Uivo: O cão uiva raramente; os lobos uivam para manter o contacto com outros indivíduos da própria alcateia, para comunicar a sua presença, convocar assembleia, desanimar os invasores e sincronizar os tempos de caça no território. O cão uiva raramente: fá-lo se é deixado muito tempo, por exemplo, ou quando está atraído por uma fêmea. Noutras ocasiões, os cães uivam por espírito de grupo, isto é, em resposta e acompanhamento dos uivos de outros cães próximos, comportamento que se aproxima muito do dos lobos que acabamos de descrever.
  • O Uivo curto: É um recurso que serve para chamar a atenção sobre um estado de mal-estar e inquietação ou inferioridade; utiliza-o para pedir algo, para exprimir o desejo ou a necessidade de alguma coisa, Neste sentido típico, sobretudo, dos cachorros e pode comparar-se ao choramingar das crianças.
  • O gemido: Manifesta dor, física ou emocional, e, por vezes, medo. É também típico do cachorro não é só por ser a sua única defesa. Os cães utilizam-no para demonstrar também submissão.
  • O grunhido: O cão grunhe para ameaçar, para comunicar intenções pouco amistosas. Constitui uma advertência antes de passar a de facto.


Comunicar com o corpo
Este tipo de comunicação realiza-se através da observação das posturas corporais e da mímica facial dos outros animais, em relação principalmente a quatro mensagens: domínio, a agressividade, o medo e a submissão.
A mímica racial. É um dos principais meios expressivos que cão utiliza para manifestar os seus estados de ânimo e as suas intenções mais imediatas. Um cão relaxado não tem qualquer expressão especial: embora não durma, tem os olhos semicerrados e as orelhas erguidas. Se algo lhe interessa, embora seja só um rumor longínquo ou o voo de uma mosca, endireita completamente as orelhas (até o a sua morfologia o permitir), abre bem os olhos e estica o pescoço.
No momento em que o interesse se transforma em alarme, o cão ergue-se para controlar a totalide do meio, para, no caso de ser necessário, defender o seu território do seu dono, os seus cachorros ou os seus ossos. A expressão torma-se agressiva para indicar ameaça e é então quando o cão rosna: mostra os dentes franzindo os lábios numa intenção intimidatória, o pêlo do lombo eriça-se, muitas vezes ladra furiosamente, sobretudo se uma sebe ou um portão o separa de quem ameaça. No momento em que decide passar a vias de facto franze os lábios ainda mais para mostrar os dentes o mais possível, o rosnado toma-se particularmente profundo e tremendo e encolhe as orelhas para trás.
À medida que a tensão sobe, toda a sua expressão se transfigura: os olhos transformam-se em duas frinchas, mostra os dentes cada vez mais, ao mesmo tempo que os pêlos do lombo se eriçam por completo; se isto não chegar para submeter o adversário ou dissuadi-lo das suas intenções, chega à agressão física propriamente dita.
O cão que se submete tem a cabeça, a cauda e as orelhas baixas e deixa-se cair sobre as costas separando as patas traseiras de modo que as zonas mais delicadas .quem expostas à inspecção de quem o domina; certos cães urinam-se também um gesto adicional de submissão emotiva.
As posturas da cauda. As mensagens que o cão quer transmitir são reforçadas através da voz e da mímica facial. Se o cão está tranquilo, a cauda relaxada tem uma posição mais ou menos levantada segundo a sua forma. O cão dominador levanta-a para cima da linha dorsal, mas se as suas intenções forem amistosas, levanta-a de um lado para o outro. Isto costuma indicar alegria e boas intenções; nos cães subordinados ou de cauda cortada, o movimento costuma afectar toda a garupa; por outro lado, os cães nervosos agitam rigidamente a cauda baixa, normalmente em sinal de submissão. Se o cão estiver tenso, tem a cauda erguida, se for tímido, inibido, medroso ou se se sentir em inferioridade relativamente a algo ou a alguém, baixa a cauda e mantém-na entre as patas para cobrir os genitais.

Comunicar com os odores
Segundo parece, por causa da distorção forçada que determinadas características físicas sofrem por causa da selecção (orelhas longas e penduradas ou cortadas, cauda cortada, corpo exageradamente alongado, etc.), os cães domésticos utilizam menos a linguagem do corpo do que os lobos ou do que os outros canídeos e recorrem, com frequência, à emissão de mensagens olfactivas. Este tipo de mensagens tem a vantagem de permanecer no ar durante certo tempo e, além disso, resultam particularmente úteis nas zonas de vegetação espessa nas quais a visibilidade imediata é má e, portanto, a comunicação visual piora. Podem reconhecer-se dois tipos de comunicação olfactiva: através da deposição de urinas ou de fezes ou através do próprio odor do cão, que se deve sobretudo a secreções glandulares.
Fezes e urina. Todos os canídeos as utilizam (e em geral os animais selvagens) para "marcar", isto é, para dar a conhecer, através da deposição de fezes, urina ou secreções glandulares, os limites do seu território, o estatuto social de quem as produziu. Certas observações demonstraram que, em muitos casos, os cães defecam mais quando não estão seguros pela trela e quando os donos não estão presentes, apesar de não ser óbvia ainda a motivação deste comportamento nem se poder transformar numa regra extensível a todos os cães.
Um dos comportamentos mais reconhecíveis dos cães é levantar a pata durante a micção; um cão dominante levanta a pata muito mais frequentemente do que um cão subordinado e pode acontecer que uma fêmea se comporte do mesmo modo. Quando um cão levanta a pata, mesmo sem urinar, é óbvio que este comportamento representa uma exibição de domínio sobre os outros cães presentes.
Outro comportamento típico é a super-marcação, isto é, urinar sobre a urina de outro cão. Pode observar-se também como os cães raspam a terra com as patas posteriores nos locais onde acabaram de depositar as fezes e a urina: esta acção poderia ter múltiplos significados, entre os quais assinalamos o de espalhar pelo meio o próprio odor ou talvez o de incluir rastos odoríficos procedentes das glândulas situadas entre as almofadas ou então o de acrescentar um sinal visual às marcas olfactivas depositadas com os excrementos.

Outros tipos de odores. Incluem-se sob esta epígrafe todos os sinais que os cães emitem, graças a secreções provenientes de glândulas especiais da pele que costumam estar situadas na face, na cauda, entre as almofadas dos dedos e nas zonas anais e perianais.
As secreções glandulares anais têm duas funções: reforçar as marcas territoriais por meio de secreções voluntárias e tipo oleoso, geralmente como resposta à invasão do território por parte de intrusos; outras vezes são emitidas independentemente da deposição de fezes, sobretudo quando o animal sofre stress ou tem medo. Outros odores de tipo geral são os emiti dos pelas glândulas da pele, que produzem secreções gordas, e os das glândulas sudoríparas, que produzem secreções de tipo aquoso.
Podemos dizer, em geral, que as secreções glandulares são emitidas para comunicar o próprio estatuto social, sexual ou emocional; para dar um exemplo prático, pensemos em dois cães que se encontram pela primeira vez e que põem em jogo uma série de comportamentos rituais associados à inspecção olfactiva sobretudo da zona da cabeça, do ânus e dos genitais. As fêmeas, independentemente do sexo do outro animal, inspeccionam a zona da cabeça e os machos a posterior. Além disso, se se tratar, sobretudo, de exemplares dominantes, um cão inspecciona o outro tentando ao mesmo tempo limitar, no possível, a exposição ao exame olfactivo do outro (a não ser que se trate de uma fêmea com cio e de um macho: neste caso, a primeira permitirá que o macho inspeccione a região anal).

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