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Zoo dos EUA quer acasalar rinocerontes de Sumatra irmãos para salvar espécie

Foto: AFP/Cincinnati Zoo

Um jardim zoológico americano decidiu avançar com a decisão controversa de acasalar dois rinocerontes de Sumatra irmãos, a viver em cativeiro em Cincinnati, no estado de Ohio, numa tentativa desesperada de preservação de uma espécie ameaçada de extinção.





Apesar da controvérsia e das reações fortes que a decisão despertou, a diretora do Centro Lindner para a Investigação e Conservação da Vida Selvagem Ameaçada, Terri Roth, garantiu que esta era a única alternativa que restava, e que o acasalamento pode avançar já em agosto.





Os especialistas dizem que não existem mais de 100 rinocerontes de Sumatra a viver no seu habitat natural, na Indonésia e na Malásia. Em cativeiro, existem apenas 10 espalhados pelo mundo, e quatro deles têm relações de consanguinidade.





Para Suci, a rinoceronte fêmea com nove anos de idade a viver no zoológico de Cincinnati, os únicos machos adequados para o acasalamento são os da sua própria família. A inseminação artificial está fora de questão, até porque nunca houve um caso de sucesso entre animais desta espécie.





"A menos que a Indonésia capture mais rinocerontes e um macho sem relação familiar com Suci fique disponível para acasalar, não teremos a diversidade genética que precisamos", referiu Terri Roth.





Os especialistas correm contra o tempo para combater a extinção da espécie: quanto mais tempo as fêmeas rinoceronte de Sumatra levam para se reproduzirem, maior a dificuldade para o conseguirem, uma vez que os seus órgãos reprodutivos podem desenvolver quistos que, eventualmente, podem provocar infertilidade.







A especialista Susan Ellis, da Fundação Internacional do Rinoceronte, sublinhou que a população desta espécie de rinocerontes sofreu uma queda dramática, consequência da invasão humana do seu território natural e da caça aos seus chifres, que algumas culturas asiáticas acreditam ter poderes curativos, apesar de serem apenas compostos por uma proteína que as pessoas também têm nas unhas e no cabelo: a queratina.





O cruzamento da espécie entre irmãos não deixa de ser um risco e que na maioria das vezes surgem problemas como malformações, mutações genéticas perigosas, entre outras, como alerta outro especialista, David Wildt, alto responsável do Instituto Smithsonian para a Conservação Biológica.





"Não sei se lhe podemos chamar uma solução. Penso que é mais uma estratégia, que abre um debate saudável", afirmou Wildt, sobre o cruzamento entre irmãos, frisando ainda que Suci e Harapan, o irmão que também habita no zoológico de Cincinnati, não são os dois últimos exemplares da sua espécie.






Data: 
28 de Julho de 2013

Autor

Autor: 
Fatima Mariano
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